Você sabia que é preciso ficar ainda mais ligada no funcionamento da tireoide durante a gestação? Pois é! Essa glândula é responsável pelo funcionamento de vários processos importantes no corpo humano e pode ser afetada pelas mudanças hormonais que acontecem durante a gravidez. Apesar de haverem alterações normais, já que o corpo está se modificando para que o feto se desenvolva de maneira saudável, as mudanças significativas provocadas pela gestação no funcionamento do seu organismo também podem gerar disfunções sérias que precisam ser acompanhadas de perto para não prejudicar a mamãe e o bebê.

As principais disfunções que podem surgir nesse período são o hipotireoidismo e o hipertireoidismo, ou seja, a diminuição ou o aumento do hormônio da tireoide, respectivamente. Os sintomas desses distúrbios vão de indisposição e sono excessivo a problemas mais sérios como parto prematuro, malformações no feto ou aborto espontâneo, quando o problema não é tratado da maneira correta. Por isso, é necessário dobrar os cuidados e prestar muita atenção nos sinais do seu corpo durante essa fase, principalmente quando a disfunção da tireoide já é um problema antes mesmo da gravidez.

Causado geralmente pela falta de iodo na dieta, o hipotireoidismo, nas mulheres, tem sintomas como sensação de cansaço, pele seca, prisão de ventre, diminuição do apetite, alterações menstruais. Na gestação, o principal motivo do problema costuma ser uma doença autoimune da tiroide chamada Tireoidite de Hashimoto, e os principais sintomas podem ser confundidos com sintomas comuns da gravidez, como cansaço, ganho de peso e falta de apetite, além de queda de cabelos, intolerância ao frio e constipação intestinal. Apesar de a doença acontecer raramente durante a gestação, é preciso ter cuidado para que o distúrbio não afete a saúde da mãe ou do feto, ainda que hoje casos mais graves, como os de abortos espontâneos, sejam cada vez mais raros.

Já o hipertireoidismo, disfunção perigosa que também pode causar até o abortamento, em casos extremos, surge a partir de uma superprodução de hormônios e pode provocar nervosismo, insônia, intolerância ao calor, sudorese excessiva, taquicardia, perda de peso e tremores. Geralmente, os sintomas antecedem a gravidez e por isso podem ser diagnosticados, muitas vezes, no primeiro trimestre, facilitando a continuação da gravidez – sempre com cuidados e acompanhamento médico. Em casos mais sérios, é necessário o tratamento com agentes farmacológicos contra a chamada Doença de Graves, que provoca a condição na gestação.

Mas como evitar que essas disfunções apareçam e, além de prejudicar a mãe, causem danos ao bebê? Apesar de não haver métodos que previnam o aparecimento dessas disfunções, alguns hábitos simples podem auxiliar você a ter uma gravidez muito mais saudável. Se você tem casos de disfunções da tireoide na família, percebeu alguma alteração no corpo ou está com um ou mais dos sintomas, procure um médico imediatamente, ainda no primeiro trimestre, para analisar o seu caso e evitar que seu bebê tenha algum tipo de sequela.

Caso haja algum problema, exames médicos avaliam a Glândula Tireoide, detectam o problema e preconizam o tratamento que, apesar de extenso, deverá trazer bons resultados, se iniciado rapidamente. Após o parto, cuidados especiais com o aleitamento materno e o uso continuado de medicamentos devem ser orientados por um médico, para evitar recorrências na mamãe e problemas na alimentação e desenvolvimento do bebê.

Cuidado com a automedicação. Os medicamentos antitireoidianos atravessam a barreira placentária e podem afetar o bebê. Assim, toda avaliação e prescrição deve ser acompanhada pelo seu endocrinologista, juntamente com o seu obstetra e equipe multidisciplinar de saúde, mesmo se seu diagnóstico foi antes da gravidez.

Felizmente, atualmente, há uma alta presença de iodo nos alimentos, fator que reduz drasticamente o número de casos de doenças da tireoide nas mães, e uma dieta balanceada pode ser sua maior arma para se prevenir contra disfunções tireoidianas. A alimentação, portanto, é a melhor prevenção possível: para que a tireoide funcione bem, nosso corpo precisa de 150 a 220 microgramas de iodo, que podem ser obtidos a partir de abacate, peixes, frutos do mar, algas marinhas, ovos, nozes e castanha-do-pará.

A ingestão de vegetais de coloração escura, que possuem cálcio, fósforo e ferro, também ajuda a manter o corpo em perfeito funcionamento. Na dúvida, claro, procure um nutricionista e não planeje a sua gravidez sem checar seu sistema endócrino. Se ela não foi planejada, não fique com medo: procure seu médico para avaliação de sua saúde. Fique atenta: sua saúde e a saúde do seu bebê agradecem!

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